#78 - José é vendido por seus irmãos
Um dia os irmãos de José levaram as ovelhas e as cabras do seu pai até os pastos que ficavam perto da cidade de Siquém.
Então Jacó disse a José: - Venha cá. Vou mandar você até Siquém, onde os seus irmãos estão cuidando das ovelhas e das cabras.
- Estou pronto para ir. - respondeu José.
Jacó disse: - Vá lá e veja se os seus irmãos e os animais vão bem e me traga notícias.
Então dali, do vale de Hebrom, Jacó mandou que José fosse até Siquém, e ele foi. Quando chegou lá, ele foi andando pelo campo. Aí um homem o viu e perguntou: - O que você está procurando?
- Estou procurando os meus irmãos - respondeu José. - Eles estão por aí, em algum pasto, cuidando das ovelhas e das cabras. O senhor sabe onde foram?
O homem respondeu: - Eles já foram embora daqui. Eu ouvi quando disseram que iam para Dotã.
Aí José foi procurar os seus irmãos e os achou em Dotã. Eles viram José de longe e, antes que chegasse perto, começaram a fazer planos para matá-lo. Eles disseram: - Lá vem o sonhador! Venham, vamos matá-lo agora. Depois jogaremos o corpo num poço seco e diremos que um animal selvagem o devorou. Assim, veremos no que vão dar os sonhos dele.
Quando Rúben ouviu isso, quis salvá-lo dos seus irmãos e disse: - Não vamos matá-lo. Não derramem sangue. Vocês podem jogá-lo neste poço, aqui no deserto, mas não o machuquem.
Rúben disse isso porque planejava salvá-lo dos irmãos e mandá-lo de volta ao pai.
Quando José chegou ao lugar onde os seus irmãos estavam, eles arrancaram dele a túnica longa, de mangas compridas, que ele estava vestindo. Depois o pegaram e o jogaram no poço, que estava vazio e seco. E sentaram-se para comer. De repente, viram que ia passando uma caravana de ismaelitas que vinha de Gileade e ia para o Egito. Os seus camelos estavam carregados de perfume e de especiarias.
Aí Judá disse aos irmãos: - O que vamos ganhar se matarmos o nosso irmão e depois escondermos a sua morte? Em vez de o matarmos, vamos vendê-lo a esses ismaelitas. Afinal de contas ele é o nosso irmão, é do nosso sangue.
Os irmãos concordaram. Quando alguns negociantes midianitas passaram por ali, os irmãos de José o tiraram do poço e o venderam aos ismaelitas por vinte barras de prata. E os ismaelitas levaram José para o Egito.
Quando Rubén voltou ao poço e viu que José não estava lá dentro, rasgou as suas roupas em sinal de tristeza. Ele voltou para o lugar onde seus irmãos estavam e disse: - O rapaz não está mais lá! E agora o que é que eu vou fazer?
Então os irmãos mataram um cabrito e com o sangue mancharam a túnica de José. Depois levaram a túnica ao pai e disseram: - Achamos isso aí. Será que é a túnica do seu filho?
Jacó a reconheceu e disse: - Sim, é a túnica do meu filho! Certamente algum animal selvagem o despedaçou e devorou.
Então, em sinal de tristeza, Jacó rasgou as suas roupas e vestiu roupa de luto. E durante muito tempo ficou de luto pelo seu filho. Todos os seus filhos e filhas tentaram consolá-lo, mas ele não quis ser consolado e disse: - Vou ficar de luto por meu filho até que vá me encontrar com ele no mundo dos mortos.
E continuou de luto por seu filho José. Enquanto isso, os midianitas venderam José a Potifar, oficial e capitão da guarda do rei do Egito. (Gn 37:12-36)
José foi levado para o Egito, onde os ismaelitas o venderam a um egípcio chamando Potifar, um oficial que era o capitão da guarda do palácio. (Gn 39:1)
OBSERVAÇÕES:
Dotã estava situada em uma das principais rotas comerciais com o Egito.
Jacó, que um dia havia enganado seu pai, agora estava sendo enganado por seus filhos.
Tirar as roupas e cobrir-se com sacos era um sinal de lamento, semelhante ao uso do preto, hoje em dia.
José sofreu um grande choque cultural. Em casa, ele vivia como nômade, viajando pelo interior com sua família e cuidando de ovelhas. E de repente foi introduzido na civilização mais avançada do mundo, com grandes pirâmides, belas casas, pessoas sofisticadas e uma nova língua.
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