#21 - Elifaz acusa Jó de diversos pecados e o exorta ao arrependimento


Então Elifaz, da região de Temã, em resposta disse: Será que uma pessoa, por mais sábia que seja, poderia ser útil para Deus? Será que interessa ao Todo-Poderoso que você seja honesto? Que lucro tem ele se você é correto em todas as coisas? 

Se ele o castiga e o chama para prestar contas, não é porque você o adora com todo respeito, mas sim porque cometeu muitos pecados, e as suas maldades não têm conta. 

Como garantia de um pequeno empréstimo, você ficava com as roupas dos seus patrícios e assim os deixava nus. 

Você não dava água para as pessoas cansadas nem comida aos que tinha fome. 

Você usou a sua posição e o seu poder para se tornar o dono da terra. 

Você roubou e maltratou os órfãos e nunca ajudou as viúvas. 

Por isso, agora você está cercado de perigos, e, de repente, o medo toma conta de você. 

A escuridão é tanta, que você não enxerga nada, e uma enchente o arrasta.

Deus está nas alturas do céu; ele olha para baixo e vê as estrelas, embora elas estejam lá no alto. Mas você pergunta: Será que Deus sabe alguma coisa? As nuvens escuras ficam no meio; como é que ele pode nos julgar? 

Jó, você acha que as grossas nuvens não deixam que Deus nos veja, quando ele está passeando pelo céu? 
Será que você quer andar nos caminhos que os maus têm seguido desde os tempos antigos? 
Eles morreram de repente, como se fossem levados por uma enchente. A Deus eles diziam: Deixa-nos em paz! E comentavam: O que pode o Todo-Poderoso fazer em nosso favor? 

Foi Deus quem encheu de coisas boas as casas dos maus, porém eu não quero pensar como eles. As pessoas honestas ficam alegres, e as corretas riem, ao verem destruídas as riquezas dos ricos e as sobras devoradas pelo fogo. 

Jó, faça as pazes com Deus, deixa de tratá-lo como inimigo, e assim ele dará a você tudo o que há de bom. Deixe que Deus o ensine e guarde as palavras dele no seu coração. Se você voltar para o Todo-Poderoso e se humilhar, se você acabar com a maldade que há na sua casa, se o ouro mais precioso não tiver valor para você e for como o pó ou as pedrinhas do ribeirão, então o Todo-Poderoso será o seu ouro puro, será a sua prata mais preciosa. Ele será a sua alegria, e você poderá olhar para ele com confiança. Ele ouvirá as suas orações, e você lhe dará o que prometer. Tudo o que você fizer dará certo, e a luz brilhará no seu caminho. Deus rebaixa os orgulhosos, mas salva os humildes. Ele o salvará se você for inocente, se for correto em tudo o que fizer. (Jó 22)

Jó anseia poder falar com Deus

Porém em resposta Jó disse: Eu ainda estou revoltado e me queixo de Deus; não posso parar de gemer. 

Gostaria de saber onde encontrá-lo; gostaria de ir até o lugar onde ele está, para levar a ele a minha causa e apresentar todas as razões que tenho a meu favor. Gostaria de saber o que ele me diria e como me responderia. 

Será que Deus usaria todo o seu poder contra mim? Não! Estou certo de que ele me ouviria. Sou um homem honesto. Eu poderia apresentar a minha causa a ele, e de uma vez por todas ele me declararia inocente. 

Eu procuro no Leste, mas Deus não está ali; e não o encontro no Oeste. E também não o vejo quando age no Norte ou se esconde no Sul. Mas Deus conhece cada um dos meus passos; se ele me puser à prova, verá que sairei puro como o ouro. Eu sigo o caminho que ele me mostra e nunca me desvio para lado nenhum. Obedeço aos mandamentos de Deus; sempre faço a sua vontade e não a minha. Deus faz o que quer; quando ele decide fazer alguma coisa, ninguém pode impedir. 

Ele levará até o fim o que planejou fazer comigo e também realizará todos os seus outros planos. Por isso, eu perco a coragem na presença dele e, quando penso nisso, fico apavorado. A escuridão me deixou cego; mas é o Deus Todo-Poderoso quem me põe medo, e não a escuridão. (Jó 23)

Por que o Todo-Poderoso não marca um dia para julgar, um dia para fazer justiça aos que são dele? 

Há homens que mudam os marcos de divisa para aumentar as suas terras; eles roubam ovelhas e as põem no meio das suas. Levam jumentos que pertencem a órfãos e ficam com o boi de uma viúva como garantia de pagamento de empréstimo. Eles não respeitam os direitos dos pobres e forçam os necessitados a comer e se esconder. Como se fosse jumentos selvagens, os pobres andam pelo deserto procurando alimento para os filhos. Os pobres precisam trabalhar nas colheiras dos maus e apanham uvas para eles. Não têm cobertas para se cobrir de noite, não têm nada que os proteja do frio. Nas montanhas são encharcados pelas chuvas e procuram abrigo nas rochas. Os perversos pegam orfãozinhos e fazem deles escravos e recebem os filhos dos necessitados como pagamento de dívidas. Os pobres andam por aí quase nus e passam fome enquanto trabalham na colheita do trigo. Eles movem as pedras dos moinhos dos maus para fazer azeite e pisam as uvas para fazer vinho, mas morrem de sede durante esse trabalho. Os feridos e os que estão morrendo gritam nas cidades, mas Deus não escuta os seus gritos pedindo socorro. 

Os perversos odeiam a luz; em todos os seus caminhos, tudo o que fazem, não querem saber dela. O assassino se levanta de madrugada para matar o pobre e de noite vira ladrão. O adúltero espera o cair da noite e cobre o rosto para que ninguém o veja. Os ladrões invadem de noite as casas; eles não saem de dia, pois não querem nada com a luz. Eles têm medo da luz do dia, mas a escuridão não os deixa apavorados. O homem mau é arrastado pela enchente. As suas terras são amaldiçoadas por Deus, e ele não volta a trabalhar na sua plantação de uvas. 

Como a neve se derrete no tempo seco e no calor, assim também o pecador desaparece da terra dos vivos. A própria mãe não lembra dele. Os vermes o devoram com gosto, e ele é esquecido por todos. O pecador é destruído como uma árvore que cai. Isso acontece porque ele nunca ajudou as viúvas, nem teve pena das mulheres que não podem ter filhos. 

Deus, com o seu poder, destrói os maus; ele age e acaba com a vida dos perversos. Deus deixa que vivam seguros, mas fica sempre de olhos neles. Durante algum tempo, os perversos prosperam, mas num instante secam como o capim, são cortados como as espigas de trigo. Quem pode dizer que essas coisas não são assim? Será que alguém pode provar que não estou dizendo a verdade? (Jó 24)

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