#173 - Necessidade do sangue no sacrifício


O SENHOR Deus mandou Moisés dar a Arão, aos filhos de Arão e a todo o povo de Israel as seguintes leis: 

Se um israelita matar um boi, ou um carneirinho, ou um cabrito dentro ou fora do acampamento e não levar o animal até a entrada da Tenda Sagrada para oferecê-lo como sacrifício a Deus, o SENHOR, esse homem será expulso do meio do povo de Israel. Ele é culpado; é como se tivesse matado uma pessoa. Portanto, os israelitas, em vez de matarem os animais no campo, deverão levá-los ao sacerdote, em frente da Tenda Sagrada. Ali matarão os animais e os apresentarão ao SENHOR como oferta de paz. o sacerdote borrifará com o sangue no altar que fica em frente da Tenda Sagrada e ali queimará a gordura do animal. O cheiro dessa oferta é agradável ao SENHOR. 

Daqui em diante e para sempre, os israelitas nunca mais oferecerão sacrifícios aos demônios do deserto; pois, se fizerem isso, estarão sendo infiéis a Deus. 

Todos os israelitas e todos os estrangeiros que vivem no meio do povo de Israel apresentarão ao SENHOR as suas ofertas que são completamente queimadas ou qualquer outro sacrifício somente na entrada da Tenda Sagrada e em nenhum outro lugar. Quem desobedecer será expulso do meio do povo. 

Se um israelita ou um estrangeiro que vive no meio do povo de Israel comer sangue, Deus ficará contra ele e o expulsará do meio do povo. Pois a vida de todo ser vivente está no sangue. É por isso que Deus mandou que o sangue dos animais oferecidos como sacrifício fosse derramado no altar a fim de conseguir o perdão dos pecados do povo. Pois é o sangue, isto é, a vida, que tira os pecados. 

Por isso o SENHOR diz que nenhum israelita e nenhum estrangeiro que vive no meio do povo podem comer sangue. Quando um israelita ou um estrangeiro que vive no meio do povo caçar um animal ou uma ave que se pode comer, ele deverá deixar que o sangue corra para o chão e depois deverá cobri-lo com terra. 

A vida de todo ser vivente está no sangue, e é por isso que Deus diz aos israelitas que não comam sangue de nenhum animal, pois o sangue é a vida. 

Quem comer sangue será expulso do meio do povo de Israel. Qualquer um, seja israelita ou estrangeiro, que comer a carne de um animal que tenha tido morte natural ou que tenha sido morto por outros animais deverá lavar a roupa que estiver vestindo e tomar um banho; e ficará impuro até o pôr-do-sol. Depois ficará puro de novo. Mas, se não lavar a roupa e se não tomar um banho, essa pessoa será castigada. 


OBSERVAÇÕES:



Por que os israelitas foram proibidos de sacrificar fora da área do Tabernáculo? Deus estabeleceu tempos e locais específicos para os sacrifícios, e cada ocasião era permeada de simbolismo. Se o povo sacrificasse por si mesmo, poderia facilmente acrescentar algo às leis de Deus, ou delas subtrair, a fim de ajustar-las ao seu próprio estilo de vida. Muitas religiões pagãs permitiam que os sacerdotes estabelecessem individualmente suas próprias regras, mas o mandamento de Deus ajudava os israelitas a resistirem à tentação de seguir o modelo idólatra. A Bíblia nos mostra que os israelitas caíam na idolatria porque "... cada qual fazia o que parecia direito aos seus olhos" (Jz 17.9)


Os "demônios" eram objetos de adoração e sacrifício nos tempos antigos, particularmente no Egito, de onde o povo de Israel recentemente saíra. Deus não queria que seu povo realizasse esse tipo de sacrifício no deserto ou na Terra Prometida, local para onde estavam sendo guiados. 

Por um lado, sangue representava a vida do pecador infectada pelo pecado e condenada à morte, por outro lado, o sangue representava a vida inocente do animal sacrificado no lugar da pessoa culpada que fazia a oferta. A morte do animal (da qual o sangue era evidência) cumpria a pena de morte, e assim Deus garantia o perdão para o pecador. O perdão vinha de Deus, baseado na fé da pessoa que oferecia o sacrifício.

Por que era proibido beber e comer do sangue? Esta proibição pode ser traçada desde os tempos de Noé (Gn 9.4), e eram vários seus motivos:

1 - Desencorajar as práticas pagãs. Israel precisava ser separado e distinto das nações estrangeiras ao redor. Comer o sangue era uma prática pagã comum e costumava ser feito na esperança de a pessoa receber as características do animal morto (força, velocidade, etc)

2 - Preservar o simbolismo do sacrifício. O sangue simbolizava a vida do animal que era sacrificada no lugar do pecador. Bebê-lo mudaria o simbolismo da pena sacrificial e também destruiria a evidência do sacrifício.

3 - Proteger o povo de infecções, porque muitas doenças mortais eram transmitidas através do sangue. Os judeus levavam esta proibição a sério, e este foi o motivo pelo qual os discípulos de Jesus ficaram tão perturbados ao ouvirem Jesus ordenar que bebessem o seu sangue (Jo 6.53-56). No entanto, Jesus, como o próprio Deus e sacrifício final pelos nossos pecados, estava pedindo aos crentes que se identificassem com Ele totalmente. Ele deseja viver em nós e participar de nossas vidas. 



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