#83 - José interpreta o sonho de Faraó


Dois anos se passaram. Um dia o rei do Egito sonhou que estava de pé na beira do rio Nilo. De repente, saíram do rio sete vacas bonitas e gordas, que começaram a comer o capim da beira do rio. Logo em seguida saíram do rio outras sete vacas, feias e magras, que foram ficar perto das primeiras vacas, na beira do rio. E as vacas feias e magras engoliram as bonitas e gordas. Aí o rei acordou. Mas tornou a dormir e teve outro sonho. Desta vez ele viu sete espigas de trigo que saíram de um mesmo pé; elas eram boas e cheias de grãos. Depois saíram sete espigas secas e queimadas pelo vento quente do deserto e elas engoliram as sete espigas cheias e boas. O rei acordou: tinha sido um sonho. De manhã ele estava muito preocupado e por isso mandou chamar todos os adivinhos e todos os sábios do Egito. O rei contou os seus sonhos, mas nenhum dos sábios foi capaz de dar a explicação. Então o chefe dos copeiros disse ao rei: - Chegou a hora de confessar um erro que cometi. Um dia o senhor ficou com raiva de mim e do chefe dos padeiros e nos mandou para a cadeia, na casa do capitão da guarda. Certa noite cada um de nós teve um sonho, e cada sonho queria dizer uma coisa. Lá na cadeia estava com a gente um moço hebreu, que era escravo do capitão da guarda. Contamos a esse moço os nossos sonhos, e ele explicou o que queriam dizer. E tudo deu certo, exatamente como ela havia falado. Eu voltei para o meu serviço, e o padeiro foi enforcado. Então o rei mandou chamar José, e foram depressa tirá-lo da cadeia. Ele fez a barba, trocou de roupa e se apresentou ao rei. Então o rei disse: - Eu tive um sonho que ninguém conseguiu explicar. Ouvi dizer que você é capaz de explicar sonhos. - Isso não depende de mim - respondeu José. - É Deus quem vai dar uma resposta para o bem do senhor, ó rei. Aí o rei disse: - Sonhei que estava de pé na beira do rio Nilo. De repente, saíram do rio sete vacas bonitas e gordas, que começaram a comer o capim da beiro do rio. Depois saíram do rio outras sete vacas, mas estas eram feias e magras. Em toda a minha vida eu nunca vi no Egito vacas tão feias como aquelas. E as vacas feias e magras engoliram as bonitas e gordas, mas nem dava para notar isso, pois elas continuavam tão feias como antes. Então eu acordei. Depois tive outro sonho. Eu vi sete espigas de trigo boas e cheias de grãos as quais saíam de um mesmo pé. Depois saíram sete espigas secas e queimadas pelo vento quente do deserto e elas engoliram as sete espigas cheias e boas. Eu contei os sonhos aos adivinhos, mas nenhum deles foi capaz de explicá-los. Então José disse ao rei: - Os dois sonhos querem dizer a mesma coisa. Por meio deles Deus está dizendo ao senhor o que ele vai fazer. As sete vacas bonitas são sete anos, e as sete espigas boas também são. Os dois sonhos querem dizer uma coisa só. As sete vacas magras e feias que saíram do rio depois das bonitas e também as sete espigas secas e queimadas pelo vento quente do deserto são sete anos me que vai faltar comida. É exatamente como eu disse: Deus mostrou ao senhor, ó rei, o que ele vai fazer. Virão sete anos em que vai haver muito alimento em todo o Egito. Depois virão sete anos de fome. E a fome serão tão terrível, que ninguém lembrará do tempo em que houve muito alimento no Egito. A repetição do sonho quer dizer que Deus resolveu fazer isso e vai fazer logo. E José continuou: - Portanto, será bom que o senhor, ó rei, escolha um homem inteligente e sábio e o ponha para dirigir o país. O rei também deve escolher homens que ficarão encarregados de viajar por todo o país para recolher a quinta parte de todas as colheitas, durante os sete anos em que elas forem boas. Durante os anos bons que estão chegando, esses homens ajuntarão todo o trigo que puderem e o guardarão em armazéns nas cidades, sendo tudo controlado pelo senhor. Assim, o mantimento servirá para abastecer o país durante os sete anos de fome no Egito, e o povo não morrerá de fome. O conselho de José agradou ao rei e aos seus funcionários. (Gn 41: 1-37)

OBSERVAÇÕES:

Mágicos e homens sábios eram comuns nos palácios dos antigos reis. Seu trabalho era estudar artes sacras e ciências, ler as estrelas, interpretar sonhos, prever o futuro e fazer mágica. Seu poder era satânico.

José era um ótimo administrador. Assim que terminou de interpretar o sonho de Faraó, ele ofereceu um plano de sobrevivência para os catorze anos seguintes. A única forma de prevenir a fome seria através de um cuidadoso planejamento, sem o qual o Egito teria passado da prosperidade à ruína. Deus não avisou sobre o caos para o povo se desesperar e, sim, para poderem se preparar e agir.


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