#15 - Jó justifica sua dor e lamentação
Então em resposta Jó disse: "Ah! Se a minha desgraça e os meus sofrimentos fossem postos numa balança, com certeza pesariam mais do que a areia do mar. E foi por isso que falei com violência. As flechas venenosas do Deus Todo-Poderoso estão fincadas em mim, e o veneno entra na minha alma. Com os seus ataques, Deus me tem enchido de terror. O jumento fica contente quando come capim, e o boi não reclama quando tem pasto. Mas quem gosta de comida sem sal? Que gosto tem a clara do ovo? Não tenho apetite para comer essas coisas, e tudo o que como me faz mal.
Ah! Se Deus me desse o que estou pedindo!
Ah! Se Deus respondesse à minha oração! Então ele me tiraria a vida; ele me atacaria e acabaria comigo! Se eu soubesse que Deus faria isso, daria pulos de alegria, mesmo sofrendo muita dor. Pois Deus é santo, e eu nunca fui contra as suas decisões. Onde estão as minhas forças para resistir? Por que viver, se não há esperança? Será que sou forte como a pedra? Será que o meu corpo é de bronze? Não sou capaz de me ajudar a mim mesmo, e não há ninguém que me socorra.
Uma pessoa desesperada merece a compaixão dos seus amigos, mesmo que tenha deixado de temer ao Deus Todo-Poderoso. Mas eu não pude contar com vocês, meus amigos, que me desapontaram como um riacho que seca no verão. Primeiro ele está cheio de gelo e de neve, mas depois vira água, que vai sumindo no calor, até que no fim o seu leito fica seco e duro. As caravanas se perdem procurando água; avançam pelo deserto e ali morrem. Aquelas que vêm de Temá e de Sabá procuram esses ribeirões, cheias de esperança, porém, quando chegam, todos ficam desapontados, e a sua esperança morre ali. Vocês são como esses ribeirões; vocês vêem a minha miséria e ficam com medo. Por acaso, pedi que vocês me dessem qualquer coisa? Ou que me oferecessem um presente? Será que pedi que me salvassem de um inimigo ou que me livrassem das mãos dos bandidos? Ensinem-me, que eu ficarei calado; mostrem os erros que cometi. Quem fala a verdade convence, mas a acusação de vocês não prova nada. Será que vocês querem criticar o que eu digo, querem tratar as palavras de um homem desesperado como se elas fossem vento? Vocês seriam capazes de vender um órfão em leilão; vocês venderiam até mesmo um amigo! Olhem bem nos meus olhos e digam se estou mentindo. Retirem o que disseram; não sejam injustos. Não me condenem; eu estou com a razão. Vocês pensam que sou mentiroso? Será que não sei o que é certo e o que é errado?" (Jó 6)
O meu corpo está coberto de bichos e de cascas de feridas; a minha pele racha e dela escorre pus. Os meus dias passam mais depressa do que a lançadeira do tecelão e vão embora sem deixar esperança.
Lembra, ó Deus, que a minha vida é apenas um sopro; os meus olhos nunca mais verão a felicidade. Tu me vês agora, porém não me verás mais; olharás para mim, mas eu já terei desaparecido. Como a nuvem que passa e some, assim aquele que desce ao mundo dos mortos nunca mais volta; ele não volta para casa; ninguém lembra mais dele. Por isso, não posso ficar calado. Estou aflito, tenho de falar, preciso me queixar, pois o meu coração está cheio de amargura. Será que eu sou o Mar ou algum outro monstro do mar para que fiques aí me vigiando?
Quando penso que na cama encontrarei descanso e que o sono aliviará a minha dor, então me espantas com sonhos e com pesadelos me enches de medo. Eu prefiro ser estrangulado; é melhor morrer do que viver neste meu corpo. Detesto a vida; não quero mais viver. Deixa-me em paz, pois a minha vida não vale nada. O que somos nós, para que nos dês tanta importância e te preocupes com a gente? Por que nos vigias todos os dias e a todo instante nos fazes passar por provas? Quando deixarás de olhar para mim a fim de que eu tenha um momento de sossego? Se pequei, que mal fiz a ti, ó vigia das pessoas? Por que fizeste de mim o alvo das tuas flechas? Por acaso, sou uma carga tão pesada assim? Por que não perdoas o meu pecado e não apagas a minha maldade? Logo estarei na sepultura; tu me procurarás, mas eu não existirei mais. (Jó 6 e 7)
Ah! Se Deus me desse o que estou pedindo!
Ah! Se Deus respondesse à minha oração! Então ele me tiraria a vida; ele me atacaria e acabaria comigo! Se eu soubesse que Deus faria isso, daria pulos de alegria, mesmo sofrendo muita dor. Pois Deus é santo, e eu nunca fui contra as suas decisões. Onde estão as minhas forças para resistir? Por que viver, se não há esperança? Será que sou forte como a pedra? Será que o meu corpo é de bronze? Não sou capaz de me ajudar a mim mesmo, e não há ninguém que me socorra.
Uma pessoa desesperada merece a compaixão dos seus amigos, mesmo que tenha deixado de temer ao Deus Todo-Poderoso. Mas eu não pude contar com vocês, meus amigos, que me desapontaram como um riacho que seca no verão. Primeiro ele está cheio de gelo e de neve, mas depois vira água, que vai sumindo no calor, até que no fim o seu leito fica seco e duro. As caravanas se perdem procurando água; avançam pelo deserto e ali morrem. Aquelas que vêm de Temá e de Sabá procuram esses ribeirões, cheias de esperança, porém, quando chegam, todos ficam desapontados, e a sua esperança morre ali. Vocês são como esses ribeirões; vocês vêem a minha miséria e ficam com medo. Por acaso, pedi que vocês me dessem qualquer coisa? Ou que me oferecessem um presente? Será que pedi que me salvassem de um inimigo ou que me livrassem das mãos dos bandidos? Ensinem-me, que eu ficarei calado; mostrem os erros que cometi. Quem fala a verdade convence, mas a acusação de vocês não prova nada. Será que vocês querem criticar o que eu digo, querem tratar as palavras de um homem desesperado como se elas fossem vento? Vocês seriam capazes de vender um órfão em leilão; vocês venderiam até mesmo um amigo! Olhem bem nos meus olhos e digam se estou mentindo. Retirem o que disseram; não sejam injustos. Não me condenem; eu estou com a razão. Vocês pensam que sou mentiroso? Será que não sei o que é certo e o que é errado?" (Jó 6)
Jó desabafa e questiona a Deus
A vida neste mundo é dura como serviço militar, todos têm de trabalhar pesado, como o escravo que suspira pela sombra, como o trabalhador que espera o seu salário. Mês após mês só tenho tido desilusões, e as minhas noites tês sido cheias de aflição. Essas noites são compridas; eu me canso de me virar na cama até de madrugada e fico perguntando: "Será que já é hora de levantar?"O meu corpo está coberto de bichos e de cascas de feridas; a minha pele racha e dela escorre pus. Os meus dias passam mais depressa do que a lançadeira do tecelão e vão embora sem deixar esperança.
Lembra, ó Deus, que a minha vida é apenas um sopro; os meus olhos nunca mais verão a felicidade. Tu me vês agora, porém não me verás mais; olharás para mim, mas eu já terei desaparecido. Como a nuvem que passa e some, assim aquele que desce ao mundo dos mortos nunca mais volta; ele não volta para casa; ninguém lembra mais dele. Por isso, não posso ficar calado. Estou aflito, tenho de falar, preciso me queixar, pois o meu coração está cheio de amargura. Será que eu sou o Mar ou algum outro monstro do mar para que fiques aí me vigiando?
Quando penso que na cama encontrarei descanso e que o sono aliviará a minha dor, então me espantas com sonhos e com pesadelos me enches de medo. Eu prefiro ser estrangulado; é melhor morrer do que viver neste meu corpo. Detesto a vida; não quero mais viver. Deixa-me em paz, pois a minha vida não vale nada. O que somos nós, para que nos dês tanta importância e te preocupes com a gente? Por que nos vigias todos os dias e a todo instante nos fazes passar por provas? Quando deixarás de olhar para mim a fim de que eu tenha um momento de sossego? Se pequei, que mal fiz a ti, ó vigia das pessoas? Por que fizeste de mim o alvo das tuas flechas? Por acaso, sou uma carga tão pesada assim? Por que não perdoas o meu pecado e não apagas a minha maldade? Logo estarei na sepultura; tu me procurarás, mas eu não existirei mais. (Jó 6 e 7)
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